Agência sanitária cria manual de conduta para navios de cruzeiro
Objetivo da Anvisa é padronizar as exigências nos portos do País e prevenir surtos de doenças a bordo
24 de outubro de 2010 | 0h 00
Clarissa Thomé / RIO - O Estado de S.Paulo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclui um guia de conduta para navios de cruzeiro. A intenção é padronizar exigências sanitárias nos portos. A primeira versão foi apresentada ao setor no início do mês, quando começou a temporada de cruzeiros. Mas agências e operadoras de cruzeiros ainda podem fazer sugestões.
O documento final só valerá para a próxima temporada, entre outubro de 2011 e maio de 2012. É dividido em dois capítulos. O primeiro trata da vigilância epidemiológica, que define critérios para declaração de suspeita de surto a bordo, explica como são feitas as notificações e determina regras como limpeza do navio, higiene dos passageiros e da tripulação e isolamento.
O segundo capítulo traz regras de vigilância, com normas que vão do armazenamento de água à temperatura mínima em que o alimento deve ser mantido. "Somos fiscais. Mas quem faz o controle sanitário é a própria tripulação. É importante que conheçam as regras e as apliquem", afirmou Fábio Miranda da Rocha, especialista em regulação e vigilância sanitária da Gerência-Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Anvisa.
Expansão. A preocupação da Anvisa tem a ver com o crescimento do setor. Em 2001, 6 navios transportaram 127 mil pessoas. Nesta temporada, a previsão é de que 886 mil passageiros viajem em 20 navios pela costa brasileira. "O navio é como uma minicidade. São 5 mil, 6 mil pessoas confinadas. Algumas terão diarreia, outras, gripe, e o ambiente onde elas estão contribui para a contaminação: os passageiros comem e bebem demais, expõem-se ao sol. Tudo isso baixa a imunidade", diz Rocha.
A aproximação da Anvisa com as empresas internacionais donas dos navios começou na temporada passada, o que permitiu a ampliação do número de notificações de casos de doenças a bordo - passou de 500 para 4,4 mil na temporada passada. Episódios de diarreia corresponderam a 70% das notificações.
"Padronizar as operações vai agilizar o trabalho da Anvisa, manter o controle sanitário e reduzir o risco nas embarcações. As normas existem, mas é importante que sejam divulgadas", diz o diretor executivo da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima, André Zanin. Sugestões podem ser enviadas para naviosdecruzeiro@anvisa.gov.br.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101024/not_imp629002,0.php
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